Nascido em Palmares, atual estado do Alagoas, em 1655, Zumbi dos Palmares foi o chefe guerreiro de maior destaque na história do quilombo.
Foi capturado ainda jovem e oferecido ao Padre Antônio Melo, que lhe ensinou português e latim, além de batizá-lo com o nome de Francisco.
Anos depois, em 1670, foge da paróquia e regressa ao Quilombo, onde se transforma em líder por organizar a resistência.
Por isso ganha o nome de Zumbi (titulo militar de chefe da guerra) após planejar uma série de estratégias de guerrilha bem sucedidas.
Isto incluía assaltos repentinos aos engenhos para libertar escravos e conquistar armas, munições e suprimentos para realização de novos ataques.
Contudo, após varias vitórias, inclusive contra as expedições dos mercenários bandeirantes, Zumbi é encurralado e morto em novembro de 1695.
Sua cabeça é decepada e transportada para Recife, onde foi exibida em praça pública. Assim, sem o comando militar de Zumbi, o quilombo desintegrou por completo em 1710.
Quilombo dos Palmares
No princípio, Palmares era povoado por poucos quilombolas. Porém, a guerra contra os holandeses tornou a vigilância colonial fraca e centenas de escravos fogem para constituírem o primeiro núcleo de povoação.
Embora tenha surgido no final do século XVI, o apogeu do Quilombo dos Palmares foi na segunda metade do século XVI.
O lugar abrigava aproximadamente 20 mil quilombolas. Os habitantes subsistiam da caça, pesca e coleta de frutas (manga, jaca, abacate e outras), bem como da agricultura (feijão, milho, mandioca, banana, laranja e cana-de-açúcar).
Além disso, os quilombolas produziam artesanatos (cestas, tecidos, cerâmica, metalurgia) e os excedentes eram comercializados com as populações vizinhas. Isso gerava uma economia razoavelmente intensa na região do quilombo.
O primeiro rei de Palmares foi Ganga Zumba, filho de uma princesa do Congo. Sua liderança foi fundamental para organizar e resistir aos ataques externos. Posteriormente seria substituído por Zumbi.
Havia uma diferença entre o status dos quilombolas. Estes eram divididos entre:aqueles que chegavam aos quilombos pelos próprios meios (mais prestigiados); aqueles libertados por incursões de guerrilha (desconsiderados e indicados para os trabalhos mais pesados).
Note que o Quilombo dos Palmares podia ser decomposto em diversos mocambos (núcleos de povoamento). Isso supõe a configuração política de descentralização do poder entre os diferentes grupos.
Em Palmares encontramos também a escravidão. No entanto, era semelhante àquela praticada entre os brancos da Europa na Alta Idade Média, uma escravidão voluntária e menos degradante.
O Quilombo dos Palmares foi o porto seguro para os escravos que escapavam das fazendas da região.
Estava localizado na Serra da Barriga, no estado de Alagoas, uma região coberta de palmeiras, daí seu nome.
A prosperidade de Palmares seduzia os colonizadores. Com a expulsão dos holandeses do nordeste do Brasil, os senhores de engenho necessitavam de um número crescente de escravos para retomar a produção açucareira.
Por isso, o Quilombo representava a possibilidade de conseguir mão de obra, além de representar um perigoso exemplo para os escravos.Foram necessárias, entretanto, dezoito campanhas, para destruir absolutamente o Quilombo dos Palmares.

Após múltiplas ofensivas ingratas contra Palmares, a corte portuguesa contrata o bandeirante Domingos Jorge Velho, experiente na guerra de extermínio contra os indígenas.
Contudo, mesmo suas tropas tiveram grandes dificuldades em vencer as táticas de guerrilha dos quilombolas. O quilombo só teria seu fim logo após a morte de seu líder mais conhecido, Zumbi.
A região do Quilombo dos Palmares cresceu após a derrota dos negros. Com o passar do tempo, transformou-se na Vila Nova Imperatriz, elevada à categoria de cidade em 20 de agosto de 1889.
Porém, será em 1944 que será denominada União dos Palmares em homenagem ao quilombo.
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